A VALORAÇÃO DA SOCIEDADE


Neste início de ano vendi meu aparelho de televisão. Fiz isto, pois não agüento mais as mesmas notícias todos os dias, tipo “o efeito estufa está provocando o derretimento das calotas polares .... as mudanças climáticas .... o mundo vai acabar ...” e, pior ainda quando se fala de economia: “a equipe econômica é muito conservadora ... a China cresce 10% ao ano e o Brasil somente 5% .... o Brasil tem o pior resultado da América Latina ...”. Se a taxa Selic aumenta, o a equipe econômica tá errada; se abaixa um ponto está errada; se abaixa meio ponto também. O que está certo, então?

Depois de um processo de industrialização iniciado com Getúlio Vargas, interrompido pela ditadura militar e quase destruída pelo irresponsável governo Collor, o Brasil retomou seu caminho no Governo Lula e deixou de ser a 14º para ser a 6º maior economia do mundo. Com PIB superior a 2,6 trilhões de dólares, o Brasil é uma das nações mais ricas do mundo ou pelo menos, que apresenta o maior Produto Interno Bruto.
Na tabela a seguir, você pode observar as 10 nações com maior PIB no mundo e suas respectivas dívidas externas.
País
PIB
Dívida Externa
EUA
15.495.389.000.000,00
10.040.000.000.000,00
China
7.744.133.000.000,00
697.160.000.000,00
Japão
6.125.842.000.000,00
1.547.000.000.000,00
Alemanha
3.707.790.000.000,00
3.904.000.000.000,00
França
2.888.907.000.000,00
3.461.000.000.000,00
Brasil
2.616.986.000.000,00
172.500.000.000,00
Reino Unido
2.603.880.000.000,00
8.280.000.000.000,00
Itália
2.287.804.000.000,00
1.957.000.000.000,00
Rússia
2.117.245.000.000,00
538.600.000.000,00
Índia
2.012.760.000.000,00
267.100.000.000,00

O que devemos analisar nesse tipo de informação? Primeiramente saber que os números são apenas indicadores, ou seja, o primeiro nesta tabela, não necessariamente é o mais rico. Em segundo lugar, observar a relação com a dívida externa, pois um país com grande dívida precisa honrar com “os serviços desta dívida”, ou seja, pagar juros e isso consome parte de suas exportações.

Ao analisar este quadro, também, se aconselha pesquisar a origem do mesmo, ou seja, não adianta ter um PIB trilionário a base de matéria-prima. Tecnologia e serviços são indicadores positivos, pois dão segurança de continuidade da geração de riqueza.

Outra questão fundamental está na observação da distribuição desta riqueza. Como se faz os investimentos em saúde e educação? Qual é a relação de salário X riqueza adquirida pelo sistema? Então, é preferível viver em um país com baixo PIB, alta dívida, mas que tenha uma boa distribuição deste PIB e que também dê um retorno positivo quanto aos equipamentos sociais.

Não me serve viver numa China, Índia ou Rússia, pois tem um PIB de uma nação de ponta e uma situação social de um país periférico. É preferível viver em um Canadá ou Austrália que tem um PIB pequeno, mas uma situação social elevada.

É comum ouvirmos falar, por parte de críticos, economistas e membros da equipe econômica, que o PIB brasileiro precisa crescer. Crescer quanto e para que? Qual será o objetivo deste crescimento? Apenas para ter o maior PIB do mundo?

Se for pego o valor atual do PIB e transformar em salário para a população, temos uma renda média per capita mensal de R$ 2.180,00. Considerando que, em média as famílias brasileiras são formadas por cinco membros, se tem uma renda mensal de R$ 10.900,00 por família/mês.

É possível viver com essa renda? Na atual formação econômica brasileira, quantas famílias recebem este valor, que é maior que vinte salários mínimos mensais?

Então, por que crescer?

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