PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
O método de tratamento de resíduos sólidos urbanos mais utilizado atualmente é o
aterro sanitário. O principal responsável pela degradação dos resíduos é a
bioconservação. A dissolução de uma substância sólida é chamada de dissolução
estequiométrica. A dissolução é chamada seletiva no caso em que a composição
superficial do sólido evolui em conseqüência de solubilização preferencial de
determinados elementos. A dissolução não pode ser ao mesmo tempo
estequiométrica e seletiva.
Pode-se
classificar o modo de seletivo de dissolução em congruente e não congruente. A
dissolução congruente implica uma dissolução estequiométrica ou não. Numa
dissolução não congruente, as espécies solubizadas poderão reagir entre elas
para formar uma nova fase insolúvel. Os fenômenos de dissolução podem ocorrer
em sistemas abertos ou fechados.
Entre
os Mecanismos físico-químicos de degradação dos resíduos, dois casos de
cinética de dissolução são observados, a controlada pela reação química; e, na
reação controlada por fenômenos de transporte, a medida em que a dissolução
obedece a uma lei cinética expressa em função da concentração dos produtos em
solução.
A
quantidade de matéria solubilizada é proporcional à superfície de interação
entre o mineral e a solução. A velocidade de dissolução pode ser fortemente
reduzida pela adsorção de íons minerais ou de moléculas orgânicas que se
localizam na interface sólido-líquido. Os principais fatores que afetam esse
fenômeno são. O pH é um fator-chave para a dissolução de certos elementos
minerais quando do contato líquido-sólido; capacidade tampão é a propriedade do
meio aquoso de conservar seu pH sob a ação de quantidades moderadas de ácido ou
de bases fortes; no potencial de óxidos de redução, o equilíbrio raramente é
atingido no ambiente de um aterro sanitário; a complexação é o caso mais típico
dos metais; a salubilidade de numerosas espécies minerais tende a crescer com a
temperatura.
A
partir do fim da etapa de degradação microbiana, pode-se: coletar e utilizar
posteriormente os gases gerados; tratar e utilizar os lixiviados na
recirculação desses sistemas; reaproveitar a área, tanto para a deposição de
mais resíduos como para outros usos futuros.
Com
a diminuição da quantidade de oxigênio, começam a predominar microrganismos
anaeróbios facultativos, ou seja, aqueles que preferencialmente não usam
oxigênio na decomposição da matéria orgânica. A passagem pela membrana
citoplasmática se faz por duas vias: difusão passiva segundo o gradiente de
concentração ou por transporte ativo das proteínas membranáceas.
A
decomposição aeróbia é muito rápida, dura aproximadamente um mês. Os lixiviados
produzidos nesse processo são ricos em sais e devido à temperatura, também
alta, pode-se criar sais ricos em metais, como o ferro, manganês, zinco, cálcio
e magnésio. Além de causar um desequilíbrio nas culturas envolvidas,
principalmente das bactérias formadas por metano.
Uma
vez estabelecido o equilíbrio no pH, qualquer acúmulo de ácido pode provocar
queda na quantidade de bactérias metanogênicas, prejudicando o processo de decomposição
dessa fase. São eles que contribuem para a coloração escura dos lixiviados.
A
produção de biogás nos lixiviados é muito comum. Para avaliar o potencial de
risco é necessário conhecer a composição, as características e as propriedades
desses gases. Os lixiviados são definidos como os líquidos provenientes de três
fontes principais: unidade natural, água de constituição dos diferentes
materiais e o líquido proveniente de materiais orgânicos.
O
processo utilizado para avaliar se os lixiviados apresentam ou não perigo de
poluição das águas, são: localização e movimentação das águas subterrâneas;
escoamento das águas superficiais; existência de coleções superficiais de água;
estudo de precipitação e evapotranspiração.
Referência:
CASTILHO JR., A.
B. et al., Principais processos de degradação de resíduos sólidos urbanos,
in. Castilho Jr., A. B. (coord), Resíduos urbanos: Aterros sustentáveis para
municípios de pequeno porte, Rio de Janeiro, 2003, p. 19-50.
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