O BRASIL COMPETITIVO
O programa de desoneração da folha de pagamentos, lançada pelo governo
para recuperar a competitividade de setores afetados pela concorrência estrangeira,
está proporcionando às grandes empresas uma carga de imposto menor em relação aos
pequenos empresários.
Os empreendedores que fazem parte do Programa Simples chegam a pagar
alíquotas até quatro vezes maiores que as grandes empresas nos setores
contemplados pela iniciativa.
A ação de desoneração da folha de pagamentos tem como alvo a contribuição
feita por patrões ao INSS. Em vez de recolher 20% sobre o salário de cada
empregado, as empresas dos 40 setores eleitos pelo governo pagam de 1% a 2%
sobre o seu faturamento.
As empresas industriais que recolhem imposto pelo Programa Simples (que
também é do Governo Federal) pagam pelo menos 2,75%. E as do setor de serviços
podem pagar até 7,83% do que faturam.
Por exemplo, confecções no Simples pagam até 4,6% de seu faturamento.
Já as grandes, que pelo tamanho não se enquadram no programa, recolhem só 1%
(para se incluir no Simples é preciso faturar no máximo R$ 3,6 milhões por
ano).

O Programa de desoneração da folha foi criado para manter o Brasil
entre as nações mais competitivas do mundo, pois nos últimos meses o país
estava perdendo terreno no âmbito da competitividade.
O Brasil
subiu dez posições no ranking dos maiores importadores de manufaturados entre
2005 e 2011. No mesmo período, caiu três degraus na lista dos maiores
exportadores.
Os
movimentos mostram que, em vez de ganhar relevância como exportador de bens industrializados,
como sempre almejou, o país vem aumentado seu papel como grande mercado
consumidor.
É o que
mostra um estudo recém-concluído do IEDI (Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial), realizado com base em dados da OMC (Organização Mundial
do Comércio).

A forte
expansão da demanda no período, impulsionada pelo crédito, explica parte do
fenômeno. Mas esse é apenas um lado da mudança, relacionada também com baixa
competitividade, câmbio desfavorável e falta de políticas de atração de setores
intensivos em tecnologia.
As
fragilidades da indústria foram evidenciadas pela crise de 2008, que forçou
economias desenvolvidas a buscarem novos mercados.
O aumento
mais expressivo das compras em outros países ocorreu em setores onde os
chineses geram forte concorrência, como têxtil, vestuário e acessórios, e onde
o setor produtivo nacional não é forte, como equipamentos de informática.

Os números
também refletem a expansão da economia brasileira, o que é positivo, mas esse
consolo não pode ser observado na posição do Brasil no ranking dos exportadores
de manufaturas.
Nos últimos
seis anos, o país caiu da 26ª posição para a 29ª. Isso é até mais preocupante
do que o nosso 'pulo' no ranking dos importadores. A indústria não consegue
oferecer seus produtos a preços interessantes lá fora.
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