CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDIOS INDUSTRIAIS
No aterro industrial controlado dispõem-se os
resíduos de classe I, que podem ser compatíveis ou incompatíveis (que podem
reagir com outros resíduos da classe I). Para que haja segurança os resíduos
incompatíveis são inertizados (colocados em bombonas cimentadas). Estes
resíduos são colocados em valas separadas, porém com as mesmas características.
As valas são assim preparadas.
O terreno para este aterro deve ser preparado e
compactado, o fundo e laterais das valas, devem ser revestidos por uma
geomembrana, que é uma manta de polietileno de alta densidade (PEAD) de 2,0 mm
de espessura. Sobre esta geomembrana deve ser adicionada uma camada de 20 cm de
material drenante (areia), sendo em seguida coberto totalmente com outra camada
de geomembrana. Ou seja, há duas geomembranas separadas por uma camada de
areia. As valas devem ser cobertas (telhado) para impedir a entrada de águas pluviais,
gerando percolados. Existe um dreno para coletar e/ou verificar a existência de
chorume. Entre a 1º e 2º camadas de geomembrana existe um dreno testemunho para
acompanhar a condição de impermeabilização das mesmas.
Após a total ocupação das valas, as mesmas devem ser
fechadas (encapsuladas) com a geomembrana e cobertas com argila. Aparentemente
não se percebe que ali foi depositado algum tipo de material.
O aterro classe II deve ser elaborado para garantir
que não ocorra contaminação das áreas circunvizinhas, bem como do solo e águas
subterrâneas, sendo executado da seguinte maneira. Instalação de uma tubulação
para canalizar um pequeno fluxo de água existente no local; Colocar argila
(camadas de 20 cm compactadas), com permeabilidade 10-7 cm/s,
cobrindo toda a área; colocação de uma geomembrana de 1,5 mm de espessura,
cobrindo o fundo e laterais do terreno; cobrir toda a área com 50 cm de solo
cimento; instalar sobre esta camada um sistema de coleta do chorume,
constituído de drenos coletores em forma de espinha de peixe. Acima da camada
de solo cimento instalar tubos verticais para a saída de possíveis gases
provenientes no aterro. O chorume produzido, bem como as águas pluviais
recolhidas na área do aterro será conduzido ao tanque de equalização.
O chorume é bombeado para um sistema de coleta e
armazenamentos nos tanques de equalização e pré-aeração. Após receber o devido
tratamento físico, químico e biológico na ETE, é lançado num corpo d´água.
No sistema de Tratamento Primário, Os lixiviados do
aterro classe II são coletados no tanque de equalização e transferidos para
outro tanque, onde ocorre uma pré-aeração (mecânica). Deste tanque é bombeado
para a ETE (Estação de Tratamento de Efluentes). Na ETE inicialmente temos a
adição de sulfato férrico para a coagulação/floculação e a adição de cal
(solução) para a correção do pH em um tanque com agitação mecânica. A reação de
formação do agente coagulante é a seguinte:
Fe2(SO4)3
+ 3 Ca(OH)2 → 2 Fe(OH)3 ↓ + 3 CaSO4
O Fe(OH)3 é o hidróxido responsável pela
redução das cargas negativas dos sólidos em suspensão, permitindo a aglomeração
das partículas e formação dos flocos. No tanque de floculação, dotado de
pequena agitação, ainda é adicionado um polímero para aumentar o tamanho dos
flocos formados, melhorando a eficiência na decantador. Após a floculação o
efluente é enviado para o decantador primário, onde se promove a sedimentação
dos flocos formados. Sedimentação é a separação de partículas mais pesadas do
que a água, mediante a ação da gravidade. Os flocos decantados (chamado lodo)
são enviados para um tanque de coleta (caixa de lodos), e o líquido clarificado
recolhido na parte superior do decantador é encaminhado para o sistema de tratamento
por lodos ativados.
Nos tanques de Lodos Ativados tem-se a presença
concentrada de microorganismos aeróbios (bactérias, protozoários, fungos) que
efetuam a digestão da matéria orgânica (reações bioquímicas) presente no
efluente. O efetivo contato dos microrganismos com a matéria orgânica presente
no efluente faz com que estes se alimentem dessa matéria. Os microrganismos
convertem a matéria orgânica em gás carbônico, água e material celular
(reprodução e crescimento dos microrganismos). Para esta atividade é necessário
oxigênio, o qual é introduzido na água por meio de três aeradores mecânicos. È
imprescindível também o controle do pH (entre 7,5 e 7,8), o qual é realizado
com a adição de cal (solução).
Efetuar também a adição de fósforo, para manter a
relação Nitrogênio: Fósforo adequada. Do tanque de lodos ativados o efluente é
transferido para o decantador secundário. Nesta etapa efetua-se a sedimentação
dos flocos formados pela aglomeração dos diversos microrganismos (lodo
biológico). Parte do lodo que decantou retorna para o sistema de lodos ativados
(atualmente numa taxa de 300%) e o excedente é enviado para o tanque de coleta
(caixa de lodos). O retorno do lodo biológico é necessário para manter uma
quantidade suficiente de microrganismos no tanque de lodos ativados, ou seja,
manter uma relação microrganismos: alimentos adequada para decompor com
eficiência a matéria orgânica.
No sistema de Tratamento Terciário, como se percebe
à presença de cor no líquido recolhido na parte superior do decantador
secundário, é necessário adaptar o decantador para um novo processo de
coagulação/floculação, porém desta vez com sulfato de alumínio. A correção do
pH é realizada com cal (solução). A adição dos produtos e a floculação ocorrem
nas calhas superiores do decantador.
A reação que ocorre indicamos abaixo.
Al2(SO4).14 H2O + 3 Ca(OH)2 → 2 Al(OH)3 ↓ + 3 CaSO4 +
6 H2CO3 + 14 H2O
O hidróxido de alumínio (Al(OH)3) formado
é o responsável pela redução das cargas negativas dos sólidos em suspensão,
permitindo a aglomeração das partículas e a formação dos flocos.
Após a floculação na calhas do decantador secundário
o efluente é encaminhado para o decantador terciário, onde se efetua a
sedimentação dos flocos (decantação). O efluente clarificado recolhido na parte
superior do decantador terciário é lançado no rio. Os lodos dos decantadores primário,
secundário e terciário são coletados em um tanque (caixa de lodos) e
posteriormente efetua-se a desidratação em leitos de secagem. Em seguida segue
para o processo de solidificação e disposição final no aterro Classe II.
O monitoramento ambiental no sistema de tratamento
da Momento Engenharia Ambiental é feita de acordo com a freqüência, pontos de
amostragem e parâmetros considerados.
De acordo com Freqüência, efetua-se análise de
biotoxicidade a cada 2 horas. Mensalmente são realizadas as análises de metais
pesados nas águas coletadas dos 24 pontos de amostragem. Diariamente são
realizadas análises de pH, DBO, DQO, N, P para o controle e monitoramento do
funcionamento do sistema.
As amostragens são realizadas em 24 pontos do
entorno do empreendimento, sendo: 5 piezométricos para o monitoramento das
águas subterrâneas, 2 poços rasos e mais
17 pontos de amostragem em águas superficiais na bacia do rio
Massaranduba.
Como todo o empreendimento, a Momento Engenharia
Ambiental, tem o seu funcionamento monitorado por um laboratório que realizada
sistematicamente pesquisa para obter as determinações físico-químicas e
biológicas em diversos pontos do processo, de forma a garantir que o efluente
lançado ao corpo receptor tenha os parâmetros mínimos exigidos pela legislação
vigente. Os parâmetros analisados são DBO, DQO, pH, turbidez, condutividade,
fenóis, e diversos metais (chumbo, ferro,...).
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