O CANAL DO LINGUADO
Tenho acompanhado constantemente as
discussões sobre a “abertura do Canal do linguado” pela imprensa.
Contudo, até
agora não tive a oportunidade de ver e nem de ouvir ninguém falando o que vai
ser feito com os milhares de metros cúbicos de “lodo” existente na baía. Abrir
o Canal até que sim, mas e as conseqüências disso?
Desde o seu fechamento, com a construção de um
tômbolo artificial, o rio Cachoeira vem lanchando todos os dias vários metros
cúbicos de dejetos naturais na baía da Babitônga. Contudo, juntamente com a
água e os dejetos naturais do rio temos também milhares de metros cúbicos de
esgoto sem tratamento que são lançados no rio e vem com a água até a Laguna.
Claro que “ninguém”, por falta de coragem ou
conhecimento vai culpar a Prefeitura de Joinville, que por falta de coragem ou
“competência” raramente cobra da Casan e/ou Cia. Águas de Joinville, uma
solução para o esgoto da cidade, que deveria ser tratado. Em 2008, apenas 7% do
total do esgoto da cidade recebe tratamento, ainda bem que terminaremos 2012
com mais de 30% e até 2015 chegaremos à 50%. Mesmo assim, o acúmulo desses
dejetos que criaram um “aterro” no fundo da Laguna, que está lá e, ainda o que
vai ser depositado nos próximos anos não pode ser desprezado.

Podemos comparar esta situação com uma lixeira. A
Baía é a lixeira, agora que está cheio vem alguém e derrama o lixo espalhando-o
pelo chão, logo, a lixeira ficará limpa novamente e o lixo todo ficará
esparramado. Será que foi uma iniciativa inteligente? Será que foi uma pessoa
inteligente que virou a lixeira?

Recentemente o DENIT fez um estudo (EIA/RIMA) para
ver a viabilidade de duplicação da BR-280 e os estudos sobre o canal do
Linguado foram inconclusivos, logo o temor de fazer a coisa errada, fez com que
o DENIT recusasse e não definiu o que seria melhor, apresentando dois planos,
uma ponte e a continuidade do aterro.
Porém, com uma política distribuição de rendas
mais justa, criação de empregos, valorização das colônias de pesca, criação das
áreas de preservação verde no nordeste catarinense e, a política agressiva de
coleta e tratamento de esgoto em Joinville, sendo implantados, dá para pensar
em um futuro melhor para a “nossa Babitônga” em curto prazo.

Excelente matéria
ResponderExcluirTemos que divulgar mais, e assim o farei.
Parabéns por todo o conteúdo.
É um engano acreditar que o canal, aberto, levaria sedimentos para o mar. O canal nunca teve e não teria energia para realizar este trabalho. O canal nunca transportou sedimentos. E tem mais. Uma vez aberto a boca da barra fecharia imediatamente. Abrir o canal do Linguado não seria uma ação sensata.
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