A IMPORTÂNCIA DA “AULA DE CAMPO” NO PROCESSO DE ENSINO REGULAR




Ao longo do século e primeira década deste, tivemos um aprofundamento nunca antes igualado no que diz respeito ao aperfeiçoamento profissional e, também, uma crescente transformação do conhecimento em força produtiva promovidas pelo capitalismo, a partir de uma série de conflitos que suprem às necessidades e anseios daqueles que a vivenciam. Essas mudanças também estão presentes na educação.
Quando os portugueses tomaram de posse o Brasil (1532), logo tentaram ensinar aos povos nativos a sua cultura. Pero Vaz de Caminha, certamente reuniu um grupo de nativos e com um bastão riscava na areia mostrando como era o mundo de onde ele teria vindo. Já tentava ensinar. Apresentava-se, ali, uma aula expositiva e dialogada, onde Caminha – o Professor – detinha o conhecimento.
Mais tarde, os Jesuítas, com sua catequese liderada por Manoel da Nóbrega, tendo como maior motivador o Padre José de Anchieta, fazia uso de um processo pedagógico para ensinar aos índios a cultura e a religião européia. Esse processo baseava-se na reunião de grupos para repassar conhecimentos. Certamente era utilizado um pedaço de argila com a qual riscava em pedras, ilustrando assim suas explicações e teorias. Nada mais tradicional na forma de ministrar suas “aulas”.
As pequenas transformações e mudanças só vieram a ocorrer com a Escola Nova, já em meados do século passado. Nesse período os alunos deveriam ser levados e incentivados à pesquisa, desenvolvendo trabalhos em grupos, porém o Professor, ainda aparecia como detentor absoluto do saber.
Parece claro que algo precisava ser mudado. Essas mudanças aparecem com os grandes pensadores da educação moderna. Em nível mundial, algumas mudanças vieram com as idéias de Piaget. E, no Brasil, Paulo Freire que desenvolve a teoria do construtivismo.
A necessidade mais específica de mudanças na prática educacional começa a surgir a partir de um declínio da influência tecnicista e do surgimento de um interesse comum em torno de questões ligadas à natureza do conhecimento e dos processos cognitivos. Ou seja, a vida real na sociedade nos quer diferente do que a escola nos enquadra, no ideal. Esta pressão da realidade, embora estimulante e mobilizadora, não é suficiente para fundamentar a investigação e a prática profissional interdisciplinar.
Então, as escolas começam a perceber que não estão educando o cidadão para a realidade da vida, mas sim os formatando para um ideal (abstrato). Logo, algumas escolas promovem mudanças, do tipo incentivar o educando a pesquisa de campo. Outras escolas inovaram com outras tentativas de diferenciar a educação com a inclusão de atividades extracurriculares. Porém, algumas escolas se preocuparam em tirar os alunos daquele ressinto de quatro paredes e levá-los para conhecer a verdadeira realidade, tanto natural, quanto profissional. Surge então, a “Aula de campo”, que dá um novo padrão para a educação brasileira.
Nos moldes educacionais atuais, as escolas que praticam “aulas de campo” e não “passeios”, estão conseguindo alcançar um resultado na formação cidadã muito superiores às escolas que “prendem” seus alunos e fazem decorar um monte de fórmulas e chavões que ninguém sabe para que serve.

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