A ECOEFICIÊNCIA, A RESPONSABILIDADE SOCIAL COMO ELEMENTO DE LUCRO PARA AS EMPRESAS
Estamos diante de uma crise ambiental absoluta, tanto no país como em
escala global. Um exemplo dessa crise é a escassez de água para o consumo
humano. Desse produto, 35% é usado para a irrigação, indústria e consumo
humano; 15% para usos que não retiram a água do seu leito, como a
hidreletricidade, a piscicultura, etc.
Assim como a água, o ar puro, o solo fértil e a
diversidade biológica são elementos essenciais à vida. Nesse contexto, a
atividade empresarial só faz sentido se assumir o comportamento de não colocar
em risco a sua existência.
A percepção dominante no setor industrial era que os
ambientes naturais constituíam, ao mesmo tempo, fontes inesgotáveis de
matérias-primas e desaguadouros infinitos dos rejeitos e emissões fluídas dos
processos industriais, no Brasil, isso ocorre principalmente nas indústrias de
base.
Uma complexa permeabilidade aos conceitos de prevenção e
precaução, ao invés de remediação, dos impactos ambientais. Um exemplo é o
Protocolo Verde, em 1995, que desde que foi aprovado permanece como instrumento
à espera de implementação.
Um dos indicadores do interesse objetivo das empresas em
novos sistemas de gestão é o crescimento do número de certificados ISSO 14.001.
Os diferentes momentos da abordagem das empresas de sua
responsabilidade socioambiental podem ser resumidos por frases que estampam
nitidamente seu conteúdo: “O problema não existe”, nos anos 60; “O problema
existe, mas não é meu”, nos anos 70; “O problema existe e eu sei resolve-lo”,
nos anos 80 e atualmente, “O problema pode ser reduzido ou eliminado na
origem”.
Para solucionar o problema ambiental, as empresas
procuram: agregar valor a sustentabilidade; buscar ecoeficiência; atuar no
ciclo de vida do produto; fazer investimentos sociais e promover educação
ambiental.
Com isso, além das questões que a Ética coloca
imediatamente como inaceitáveis – trabalho infantil, corte raso de florestas
nativas, contaminação proposital do solo e das águas por substâncias perigosas,
extinção de espécies – o caminho seja o estabelecimento de soluções de
compromisso, entre os diferentes atores sociais, para o uso dos recursos dentro
de limites estabelecidos pela melhor ciência.
A responsabilidade socioambiental das empresas implica
que cada uma delas reconheça o seu próprio papel dentro da sociedade.
A transparência da empresa com relação a suas práticas
ambientais e sociais é elemento essencial para o fortalecimento da marca,
consolidação no mercado e sustentabilidade ambiental.
No estágio atual do comércio internacional, a detenção
pelas empresas das patentes e direitos sobre propriedade intelectual passa
necessariamente pela definição dos direitos primários ou fundacionais das
populações tradicionais. Também no ecoturismo e na indústria cultural, áreas de
oportunidade para o ambiente empresarial brasileiro. Com exceção dos povos
indígenas, que tem estatuto próprio, nenhuma outra comunidade conta com
salvaguardas à apropriação do que é parte de sua identidade.
As iniciativas promissoras passam pelo crivo do que se
considera comportamento empresarial ou corporativo responsável, do ponto de
vista ambiental e social: conhecer melhor o próprio negócio; indicadores
instituto ethos de responsabilidade; análise do ciclo de vida dos produtos;
cuidar melhor do próprio negócio; investir em tecnologias limpas; disseminar as
inovações e novos negócios.
O sucesso da empresa depende do sucesso das comunidades
na extração sustentável da matéria-prima, remunerada a um preço que garante a
manutenção da floresta em pé.
Referência:
KISHINAME, Roberto et. al. Artigo-base sobre
responsabilidade socioambiental das empresas. In: Meio Ambiente Brasil:
avanços e obstáculos pós-Rio 92. Aspásia Camargo, João Ribeiro Capobianco,
José Antonio Puppim de Oliveira (org.) São Paulo: Estação Liberdade: Instituto
Socioambiental; Rio de Janeiro: FGV, 2002, p. 378-394.
Ótimas postagens, continue assim !
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