A FITOGEOGAFIA BRASILEIRA




O Brasil é o país que possui a quinta maior dimensão territorial, estende-se desde o paralelo 5º N até 32º S, com altitudes que variam de zero a mais de três mil metros. Isso faz com que o Brasil tenha uma diversidade Ímpar de paisagens.
Isso propicia um complexo conjunto de ecossistemas e uma significativa diversificação da fauna e flora, que fazem com que o país possua a maior riqueza biológica do mundo, abrigando entre 10 a 20% das 1,5 milhões de espécies já catalogadas.
Partindo do princípio que os países desenvolvidos estão bem à frente no quesito inventário biológico e, que nos países subdesenvolvidos tem-se a maior biodiversidade, muito, ainda, será descoberto.
Segundo a Fundação IBGE, existem no Brasil, 12 diferentes regiões fitoecológicas e subdividida em diversas classes de vegetação. Logo, as florestas cobrem 4,3 milhões de Km², correspondendo a 51% do território, divididas em dois subgrupos as ombrófilas (muito úmidas) e as estacionárias (decíduas e semidecíduas).
Embora não se tenha claro, por parte dos pesquisadores, o que é um bioma. No Brasil, há uma classificação que remete a seis tipos.
A Floresta Amazônica é a terceira maior cobertura florestal do mundo, a maior tropical. A dimensão da região Amazônica é essencial para a existência de uma expressiva diversidade biológica. Além da riqueza ambiental, a região também abriga um conjunto de povos indígenas. Essa região, também, possui uma grande importância na estabilidade ambiental do planeta. Nela estão fixadas mais de um trilhão de toneladas de carbono. Sua massa vegetal libera cerca de três trilhões de toneladas de água para a atmosfera anualmente. Seus rios despejam cerca de 20% de toda a água doce do mundo nos oceanos.
O fato negativo fica por conta do desmatamento crescente. A década de 80 do século passada foi conhecida como a década da destruição, quando foi suprimido 21 mil Km² de área por ano. A média geral é de 17,6 mil Km² ano.
A Mata Atlântica ocupava aproximadamente 15% do território brasileiro e foi o mais castigado pela ocupação humana. É considerado um dos mais ricos ecossistemas do mundo, mesmo assim nesse ecossistema o nível de destruição é superior ao nível das demais formações florestais do país e isso demonstra a inexistência de políticas de conservação no país e a falência do sistema de fiscalização.
Não há dados precisos sobe a diversidade da Mata Atlântica. Acredita-se que só das angiospermas, no Brasil, tem-se de 22% a 24% do total de plantas do planeta, sendo que um terço fica na Mata Atlântica.
O cerrado brasileiro ocupava em torno de 23% da superfície do país, principalmente a região do Brasil Central. Hoje, mais de 70% do território já foi modificado, principalmente pela insistência na ocupação com a agricultura e pecuária extensiva. Menos de 4% do cerrado é protegido por lei.
O cerrado é conhecido como a savana mais rica do mundo, pois apresenta uma elevada biodiversidade animal e vegetal. Muitas dessas plantas são usadas na medicina ou como fonte de alimentos.
O Pantanal é uma das maiores planícies sedimentares do mundo. Durante o período das cheias o Pantanal alaga-se, transformando-se em um imenso “mar interior”, obrigando a fauna a se deslocar para as áreas adjacentes, procurando refúgios, voltando após o esvaziamento que é lento e, dá origem a lagoas que formam verdadeiros depósitos de alimento.
Nos últimos anos o impacto ambiental foi muito grande, pois a pecuária e principalmente a agricultura com uso intenso de adubos e agrotóxicos químicos e a mineração, estão desequilibrando o ecossistema.
Ocupando cerca de 730 mil Km², com predomínio de plantas xerófilas caducifólias em clima semiárido, a caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e o mais antropizado.
A diversidade é uma regra da caatinga. As plantas são exploradas tanto como fonte de alimento, quanto para a produção de combustível (lenha). O solo também é exposto à agricultura, embora, sem irrigação, apresente um baixo resultado.
Os campos sulinos compõem o menor bioma brasileiro. A região do pampa compreende cerca de 180 mil Km², trata-se de uma planície ondulada coberta por gramíneas rasteiras e alguns arbustos esparsos em área de clima subtropical.
O avanço da pecuária e das atividades agrário fez com que houvesse um processo de desertificação. Em alguns pontos tornou-se irreversível.
Talvez alguns avanços na questão ambiental do Brasil foram: A conferência Rio-92; Lei 9.433/97 (Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos); Lei 9.605/98 (Crimes Ambientais); Lei 9.984/00 (Criação da ANA Agencia Nacional de Águas); Lei 9.985/00 (Instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação);
Os principais pontos negativos: As estratégias para desenvolvimento da Amazônia com a falência da SUDAN e criação da ADA (Agencia de Desenvolvimento da Amazônia), que não leva em consideração as questões ambientais; A falta de uma gestão integrada do território; O programa Avança Brasil, que está provocando um grande impacto na ocupação da região Amazônica; O Código Florestal, que dá ênfase à agricultura de exportação sem respeito às questões de equilíbrio local; Política Florestal que trata de forma igualitária às empresas que exploram madeira, tanto de forma extrativista, quanto com plano de manejo; Reforma Agrária: não há uma política séria de reforma agrária, pois não se está privilegiando a pequena propriedade voltada para a produção familiar que seria o ideal para a proteção ambiental; Recursos Hídricos: não há uma política pública para a proteção dos mananciais; ONGs: falta uma relação mais estreita entre o estado e o terceiro setor.
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Baseado em:
CAPOBIANCO, João Paulo Ribeiro. Artigo-base sobre os biomas brasileiros. In: Meio ambiente Brasil: avanços e obstáculos pós-Rio-92. Aspásia Camargo, João Paulo Ribeiro Capobianco, José Antonio Puppim de oliveira (Org.). São Paulo: Estação Liberdade: Instituto Socioambiental; Rio de Janeiro: FGV, 2002, p.117-156.

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