QUE CLASSE SOCIAL EU PERTENÇO?




Devido ao aumento do nível salarial no Brasil e com a melhora no desempenho econômico de nossa realidade, muitos brasileiros se perguntam a qual classe social pertence: “a, b ou c”?

Apesar de o governo ter como fonte oficial os dados os fornecidos pelo IBGE, grande parte dos economistas vê os números divulgados pelo Instituto distante da realidade brasileira. Ou seja, muitos brasileiros tem renda informal e com isso os salários médios são bem maiores que os oficiais.

A Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa - ABEP, há anos levanta e divulga dados no mesmo sentido e a metodologia utilizada trás resultados bem mais próximos da visão da maioria dos economistas. Recentemente foram divulgadas informações a esse respeito, como retrata a tabela abaixo.

Classe Social
Variação da renda média Familiar
% da população
A1
38.933,88
......
1
A2
26.254,92
38.933,88
4
B1
13.917,44
26.254,92
9
B2
8.058,68
13.917,44
15
C1
4.778,12
8.058,68
21
C2
2.905,05
4.778,12
22
D
1.939,88
2.905,05
25
E
1.106,80
1.939,88
3

FONTE: ABEP – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE PESQUISA

Os dados nesta tabela mostram a renda familiar, portando para saber se você, individualmente, pertence à determinada classe social é só dividir os valores por 4 que é a média de pessoas nas famílias brasileiras. Logo, se seu salário é maior que R$9.733,47 você está incluso na classe A1 e assim por diante.

Um fato positivo que deve ser destacado é a maior concentração de pessoas nas camadas intermediárias da tabela, tipo classe B e C, fato que num passado não muito distante não acontecia, pois a maior concentração da população estava nas camadas C, D e E.

Também, destaca-se que a distribuição de renda melhorou e muito. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) adverte que a desigualdade é uma séria ameaça para o desenvolvimento da América Latina. Pela primeira vez, o órgão produziu um relatório sobre distribuição de renda na região - e comparou os dados com os do restante do mundo. Logo, dos 15 países com maior desigualdade, 10 estão na América Latina e no Caribe, sendo que o Brasil tem o terceiro pior índice Gini: 0,56. Índice criado por um matemático italiano no começo do século XX, o índice Gini é o mais usado para medir a desigualdade de renda: quanto mais perto de 1 fica o coeficiente, mais desigual é o país.

O Brasil, no entanto, avançou no combate a desigualdades nas últimas décadas. De acordo com o estudo, o país era, em 1990, o número 1 do ranking das nações com pior distribuição de renda, hoje é a quarta.

De acordo com o levantamento “Estado das cidades da América Latina e do Caribe 2012 – Rumo a uma nova transição urbana”, divulgado no ano passado (2011), a América Latina é a região mais urbanizada do mundo. O relatório projeta que a taxa de população urbana chegará a 89% em 2050. O índice de urbanização brasileira foi o maior em toda a América Latina, entre 1970 e 2010. Hoje, 86,53% da população brasileira vivem em cidades.

O estudo destaca o forte crescimento do PIB brasileiro, de 1970 a 2009, deixando para trás o México e os países que formam o Cone Sul – Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai – e “cobrando relevância mundial”. Hoje, o PIB do país representa 32% do total do PIB da América Latina. Ainda assim, quando se analisa o PIB per capita, o Brasil ocupa uma modesta 13ª colocação, de pouco mais de US$ 4 mil por ano, abaixo da média latino-americana e dos países mais desenvolvidos da região, como México, Chile, Argentina e Uruguai, e até mesmo da Venezuela, que tem a economia muito dependente do petróleo.

O Brasil ainda perde para a maioria dos vizinhos na questão da pobreza. Pouco mais de 20% da população vivem em situação de pobreza ou indigência, percentual maior do que no Uruguai, na Argentina, no Chile e no Peru. Costa Rica e Panamá também ficam a frente do Brasil, com menores percentuais na Taxa de Pobreza Urbana.

O Brasil melhorou, mas deve investir mais na educação e saneamento para continuar crescendo e diminuindo as diferenças.

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