POLUIÇÃO EM SANTA CATARINA
Santa Catarina é um
estado que se destaca pela pluralidade econômica, formando, regionalmente
vários polos, cujos principais são: Nordeste, metal-mecânico-químico-plástico
(Joinville e Jaraguá do Sul); Norte, moveleiro (São Bento do Sul e Rio
Negrinho); Vale do Itajaí, têxtil (Blumenau, Gaspar e Pomerode); Sul, cerâmico
(Criciúma e Tubarão); Litoral, turístico (Balneário Camboriú e Florianópolis); Oeste,
agropecuário (Videira, Concórdia e Chapecó). Essas atividades tem em comum a
produção de resíduos que se processam em vários estados, principalmente no
estado líquido.
Todos esses ramos
industriais poluem de uma forma ou outra, os principais afetados são os
mananciais e corpos hídricos, sendo que a atividade suinocultora é a que mais
contribui para este processo.
A atividade
suinocultora tem destaque na região Oeste Catarinense, pois desde meados do
século passado essa atividade capitania a economia destes municípios, com
destaque para os grandes frigoríficos que mantém suas sedes em território
barriga-verde, sendo: Perdigão em Concórdia, Sadia em Videira e Aurora em
Chapecó.

Tanto na criação de
aves, como principalmente de suínos a produção de dejetos é muito grande, sendo
que na suinocultura tem-se também o chorume como agravante no processo.
O chorume é o
resultante da fermentação das fezes dos animais, que ocorrem nas esterqueiras
ou bioesterqueiras. Logo, é carregado de coliformes fecais e seu lançamento no
solo ou corpos d´água pode ser danoso aos seres humanos, podendo provocar doenças
como gastroenterites, septicemia, febre entérica e doenças causadas por
parasitas. Da mesma forma, os nitratos provenientes dos dejetos de suínos e que
acabam por contaminar a água de consumo da população. Neste processo já foram
identificados como substâncias cancerígenas.
Cabe destacar ainda,
que em muitas estações de tratamento de água da região a poluição com dejetos
de suínos vem se transformando em problemas críticos, cujo tratamento para
torná-la novamente potável tem apresentando custos econômicos crescentes e, não
raro, é necessário interromper o fornecimento de água à população. Portanto, é
possível constatar que a poluição causada pela concentração geográfica dos
dejetos de suínos coloca em risco a qualidade dos recursos naturais e o funcionamento
dos ecossistemas locais além de causar custos inestimáveis à saúde humana e
animal e comprometer profundamente a qualidade de vida da população do Oeste de
Santa Catarina.
Segundo estudos da
EPAGRI[1],
1990, desde 1980 85% da água consumida no meio rural do Oeste de Santa Catarina
apresentava nível de poluição capaz de colocar em risco a saúde humana e animal,
pois são comuns “canos ladrões” que carreiam chorume diretamente das
esterqueiras para os corpos hídricos.
Como solução, talvez
um investimento maciço em saneamento ambiental e novas técnicas de criação
poderiam minimizar o problema e recuperar este passivo ambiental que mancha o
oeste catarinense.
Referências:
-
MELLO, M. A.; FILLIPI, E. E.: Mudanças técnicas e poluição ambiental difusa:
uma abordagem a partir da Economia Ecológica. XLV congresso da sociedade brasileira de administração, economia e
sociologia agrícola. 22 a 25 de julho de 2007. UEL – Londrina-PR
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