A ÁGUA DO MUNDO ESTÁ ACABANDO?





Ouve-se todo dia na TV, no rádio, nas conversas de botequim, que a água está acabando, mas será que é verdade? Por que será que se deu ênfase à divulgação desta enorme celeuma.
O relatório anual das Nações Unidas faz terríveis projeções para o futuro da humanidade, no que tange à água. A ONU prevê que em 2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para necessidades básicas. Segundo dados estatísticos existem hoje mais de 1 bilhão de pessoas praticamente sem acesso à água potável. Estas mesmas estatísticas projetam o caos em pouco menos de 40 anos, quando a população do planeta atingir a cifra de 10 bilhões de indivíduos.
A partir dessa informação projeta-se que a próxima guerra mundial será pela água e não pelo petróleo como tem sido nos tempos atuais.
Os indicadores que são utilizados pela imprensa mundial são: De toda a água disponível na terra 97,6% está concentrada nos oceanos. A água fresca corresponde aos 2,4% restantes. Destes, somente 0,31% não estão concentrados nos pólos na forma de gelo. Ou seja, de toda a água existente na superfície da terra menos de 0,02% está disponível em rios e lagos na forma de água fresca pronta para consumo.
A realidade não é tão terrível quanto estes números parecem apontar. Em sua grande maioria estes números estão sendo manipulados, por alguns, de forma a criar uma verdadeira histeria coletiva em relação à água.
A distribuição da água no Mundo é muito desigual e, uma grande parte do planeta está situada em regiões com carência de água. No momento cabe a estes países, em caráter de urgência, desenvolver tecnologias que permitam a captação, armazenamento e preservação da água e seus mananciais.
Porém, é muito importante dizer que  apesar de se ter a impressão de que a água está desaparecendo, a quantidade de água na Terra é praticamente a mesma há centenas de milhões de anos. Ou seja, a quantidade de água permanece a mesma, o que muda é a sua distribuição e seu estado, que é causado pelo Ciclo Hidrológico.
A água somente passa a ser perdida para o consumo basicamente graças à poluição e à contaminação, nunca devido ao assoreamento como se diz. São estes fatores que irão inviabilizar a reutilização, causando uma redução do volume de água aproveitável da Terra.
Logo, pode concluir que o gerenciamento da água é que deve ser considerado o grande problema e não seu "desaparecimento". Desta forma quando o Governo tenta culpar o usuário pelo consumo excessivo de água está, na realidade, confessando a sua incapacidade em suprir este excesso de água no presente e, possivelmente, no futuro. O cidadão pode e deve evitar perdas desnecessárias do produto, mas não deve, sob hipótese nenhuma, ser responsabilizado pela falta de água. A única forma de inviabilizar a água para o consumo é a contaminação da mesma por poluentes. Portanto cabe, mais uma vez as autoridades criar leis severas que punam exemplarmente aqueles que poluem e contaminam as águas.
Então, não falta água no mundo. Muitas pessoas não tem acesso à este recurso indispensável para a vida.


Referências Bibliográficas:

AGENDA 21 BRASILERA: Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 1997. dados obtidos em: www.mma.gov.br, acessado em março de 2011.
GLOSSÁRIO AMBIENTAL: Dados obtidos em: www.wconsult.com.br; acessado em 30/03/2011.
Introdução ao Gerenciamento de Recursos Hídricos, 2ª. edição, 2001, publicado em www.ana.gov.br/bibliotecavirtual.
MONTIBELLER-FILHO, G. O mito do desenvolvimento sustentável: meio ambiente e custos sociais no moderno sistema produtivo de mercadorias. Florianópolis: Ed.da UFSC, 2001. 306p.
TAKEDA, Tatiana de O. , Desperdício e Disputas pela Água no Brasil, publicado em: http://jornal.jurid.com.br/materias/noticias/, 18 maio 2010.

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