QUAL FOI O LEGADO DE MARGARETH THATCHER PARA O MUNDO?
Para falar de Margareth Thatcher, precisamos falar
sobre o Neoliberalismo. Este sistema econômico começou a ser discutido em meio
ao processo de recessão anterior á Primeira Grande Guerra, mas só foi definido
e nomeado pelo economista alemão Alexander Rüstow, em 1938. Contudo, o Neoliberalismo
só vai aparecer e ganhar efetiva aplicabilidade e reconhecimento na segunda
metade do século XX, especialmente a partir da década de 1980. Nesta época,
houve um grande crescimento da concorrência comercial, muito em função da
supremacia que o capitalismo vinha ganhando. Mesmo durante a Guerra Fria, já se
pensava em um sistema diferente do atual, embora, o capitalismo consolidava-se
como sistema superior e desfrutava de maior liberdade para determinar as regras
do jogo econômico.
O sistema Neoliberal
ganharia força e visibilidade com o Consenso de Washington, em 1989. Na ocasião, a grande líder
do Reino Unido, Margareth Thatcher, e o presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan,
propuseram os procedimentos do Neoliberalismo para todos os países, destacando
que os investimentos nas áreas sociais deveriam ser direcionados para as
empresas. Mas quem era essa “nova líder” britânica?
No ano de 1979, a Europa se encontrava em um
período de recessão econômica, apresentando elevadas taxas de inflação, altos
índices de desempregos e uma quase incontornável crise energética (a segunda
crise do petróleo). Durante estes anos de grande turbulência social, assumi o
poder na Grã-Bretanha a líder do partido conservador inglês, Margareth
Thatcher.
Thatcher foi à primeira mulher que ocupou o cargo
de Primeiro-Ministro britânico e também a primeira grande líder feminina no
mundo moderno, o que gerava uma série de dúvidas, será que uma mulher
conseguiria comandar uma nação? Como a opinião pública reagiria? Mas, logo no
início do seu mandato, praticou uma série de medidas e mudanças amargas para a
população, privatizou a previdência e o sistema de habitação inglês, anunciou
um plano para a redução dos impostos e passou a controlar e a realizar reformas
institucionais nos sindicatos trabalhistas, acabando com os movimentos
sindicais nas ruas e portas de fábricas. Essas reformas lhe valeram o apelido
de “Dama de Ferro”, pois era uma prática diferente do sistema da “mão
invisível” praticada pela economia de mercado.
A Dama de Ferro permaneceu no cargo por 11 anos,
de 1979 até 1990. Nos primeiros cinco anos, suas medidas e estratégias de
governo não resultaram em melhorias na economia britânica; ao contrário, muitos
estudiosos, principalmente os estruturalistas e os socialistas, disseram que a
Grã-Bretanha entrou num momento de maior recessão econômica. Entretanto, outros
estudiosos, que compactuam com uma visão política liberal-conservadora,
defenderam veemente o governo de Thatcher, dizendo que as mudanças eram
necessárias e somente alguém com muito pulso e coragem teria feito.
De 1979 até 1984, o mandato de Margareth Thatcher
foi bastante conturbado, pois foi marcado por ser uma política anticomunista,
ficando assim, marcado por diversas greves e manifestações dos sindicatos
trabalhistas. Mas sua intervenção na Guerra das Ilhas Malvinas (Guerra entre
Inglaterra e Argentina), em 1982, aumentou sua popularidade, pois até o
Príncipe foi combater em nome da “liberdade” do povo. Thatcher conseguiu sua
primeira reeleição em 1984 em decorrência desse fato e pode continuar, assim,
suas medidas.
Após o primeiro mandato, Thatcher promoveu um
programa de privatizações das empresas estatais e continuou combatendo de forma
radical os movimentos sindicais trabalhistas, isso lhe deu mais um “título” a
precursora da prática do neoliberalismo.
No ano de 1984, não negociou a liberação dos
presos políticos e sofreu um ataque contra sua vida, realizado pelo grupo
terrorista IRA (Exército Republicano Irlandês). Saindo ilesa do atentado e,
assim, ganhou mais força e liberdade para impor as novas regras ao velho
capitalismo. Certa vez, disse: “A ganância é um bem” – deixando claro sua forma
de pensar.
No final da década de 1980, Margareth Thatcher
continuava seu governo de forma rígida e inflexível – como sempre foi. Conseguiu
controlar a inflação e acelerou a valorização da moeda inglesa, porém não
conseguiu baixar a taxa de desemprego. Sua segunda reeleição aconteceu em 1989,
entretanto sua relação com o partido não era boa, o que levou à sua renúncia no
ano de 1990. Acentuada ainda pela vitória do presidente norte-americano, George
Bush, contrário às ideias liberais e não simpatizante de Thatcher, um dos
motivos da renúncia foi à perda do apoio externo dos Estados Unidos da
América.
Margareth Thatcher morreu no dia 08 de Abril de
2013, aos 87 anos, em consequência de um acidente vascular cerebral. Para
muitos foi motivo de tristeza, teve um funeral de líder de estado, embora não
oficial; para outros ela já foi tarde, as classes menos favorecidas e operárias
da Inglaterra saíram à rua para comemorar a morte de quem para eles foi o
símbolo da desigualdade na Grã-Bretanha. Contudo, foi uma grande líder, pois
sua vida até virou filme em Hollywood, não conseguiu ser unanimidade nem na
forma de governar, nem de pensar, mas marcou, pelo bem ou pelo mau, uma
geração.
O que herdamos de Margareth? Um sistema falido – o
neoliberalismo, muita fome e desemprego no mundo, o enfraquecimento dos
sindicatos no mundo, o fim do assistencialismo, o aumento da desigualdade social
nos países periféricos, muitos conglomerados industriais fortalecidos, muitas
ações fortalecidas em Nova Iorque e principalmente uma grande inovação no
sistema financeiro e comercial do mundo.
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