COMO AVALIAR O APRENDIZADO DE MINHA TURMA?
Quando se procura um médico, em geral, está em procurando
por, pelo menos duas coisas, um diagnóstico e um remédio para atenuar seus
males. Imagine sair da consulta médico com uma nota, onde está escrito “nota
8,0”? O que isso significa: estou bem ou não? O que faltou para ter dez? Quando
nossos alunos recebem apenas uma nota no final de um trimestre, será que não
tem a mesma sensação?
Assim como o médico, que ouve o relato de sintomas,
examina o doente e analisa radiografias, você também tem à disposição diversos
recursos que podem ajudar a diagnosticar problemas de sua turma e, assim, ter
condições de prescrever “novos” remédios.
Na teoria tudo parece ser tão fácil, mas e nós
Professores que entramos duas vezes por semana em uma sala de aula, ficamos por
45 minutos, dialogando com 40 adolescentes, temos condições de conhecer a turma
e cada aluno? Você, Professor já sabe o nome de cada um de seus alunos? Então,
como diagnosticar o problema de aprendizado de cada um, para depois entender as
dificuldades da sala como um todo? São essas reflexões que quero discutir neste
texto contigo colega Professor.
É comum que Professores iniciantes venham cheios de
boas intenções e sem muitas explicações se frustram com a educação e até
abandonam a carreira. Contudo, alguns são persistentes e vem perguntar para
quem tem mais experiência como fazer para ler, preparar a aula, lecionar,
elaborar provas, aplica-las, corrigi-las, lançar notas e atender pais, tudo no
mesmo instante? Há e, ainda viver, pois temos família, amigos e uma vida social
para manter.
Um dos conselhos que sempre dou, diz respeito ao
tipo de aula, nunca formate sua aula com uma configuração que não tenha
significado. Ou seja, quando elaborar/preparar uma aula sempre se pergunte: o
que quero com isso? Qual é o objetivo dessa aula? Onde isso se aplica na vida
de meu aluno? Sendo assim, você terá um ponto para avaliar no final do período.

E depois de tudo isso, como avaliar? Existem vários
tipos de avaliação, a avaliação formativa, avaliação somativa, avaliação
conceitual, avaliação diagnóstica e tantas outras. Qual é a melhor?
Na prática, todas e nenhuma ao mesmo tempo. Para
cada caso temos uma solução. O certo é você fazer “jogo limpo” com sua turma,
ou seja, sempre deixar bem claro as regras e os valores a serem atribuídos.
Também é necessário conhecer seu aluno, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), aprovada em 1996, determina que a avaliação seja contínua e
cumulativa e que os aspectos qualitativos prevaleçam sobre os quantitativos. Da
mesma forma, os resultados obtidos pelos estudantes ao longo do ano escolar
devem ser mais valorizados que a nota da prova final. Assim você terá o aluno
como parceiro, logo seu objetivo é fazer com que todos aprendam, uma das
primeiras providências é sempre informar o que vai ser visto em aula e o porquê
de estudar aquele tema. Isso é parte do famoso contrato pedagógico ou didático,
aquele acordo que deve ser estabelecido logo no início das aulas entre
estudantes e professor com normas de conduta na sala de aula.
Cito como exemplo o que faço com meus alunos desde
a pós-graduação até o ensino fundamental. Todos os trimestre/bimestres faço uma
lista das formas de avaliação que serão feitas e datas das entregas das
atividades. Todos sabem que devem ser cumpridas. Caso ele não cumpra uma data,
não perde a atividade, mas receberá menos pelo atraso (eles só reclamam na
primeira atividade, logo como não tem meio terno, se adaptam e não questionam
mais, pelo contrário, quando vão entregar com atraso já dizem: vale de zero à
oito né?). Mas a grande diferença que faço está no final do trimestre/bimestre,
pois quando chegamos nesta semana, chamo cada um até minha mesa (dos pequenos)
ou abro o sistema em sala (para os grandes) e faço o fechamento das médias em
público, tipo: você tirou 4,0 na primeira prova; 5,0 na segunda; 8,0 no
trabalho um e 7,0 no trabalho dois. Quanto você acha que merece de média. Na
minha conta vai dar 6,0, dificilmente eles dizem merecer mais de 7,0, quando
isso acontece peço que defenda/justifique o porquê de uma nota maior e se ele
for capaz de justificar ou comprometido o suficiente para merecer, atribuo uma
nota maior por méritos.
Aplico este método a mais de 10 anos e deste seu
início as reclamações por média ou pedido de explicações foram zeradas. Pois
todos sabem de onde veio àquela nota e, sempre procuram melhorar no período
seguinte para não serem expostos à turma.
Sei que muitos dirão, é uma exposição indevida do
aluno, não é melhor método, não está correto fazer isso, ... Digo à esses então
se tiverem algo melhor que me apresentem.
Segundo especialistas em educação "Se o
professor quer que os alunos se avaliem, deve explicitar por que e para que
fazer isso. Ele precisa perceber como essa prática ajuda a direcionar todo o
processo de aprendizagem". As conclusões da auto-avaliação podem servir tanto
para suscitar ações individuais como para redefinir os rumos de um projeto para
a classe como um todo. Esse processo pode ir além da análise do domínio de
conteúdos e conceitos e mostrar como está a relação entre os colegas e com o Professor.
Mas para isso você Professor deve estar preparado para críticas dos alunos,
antes de iniciar um processo sempre faça sua auto-avaliação, pergunte aos
alunos, o que podemos fazer para melhorar nossas aulas?

A avaliação inicial é fundamental em qualquer disciplina e o
ideal é que o professor coloque o aluno em contato direto com o conteúdo a ser
ensinado, proporcionando a ele mobilizar e utilizar seus conhecimentos.
É papel também do professor, conhecer seus alunos evitando que
venha ensinar o que elas já sabem ou até mesmo ensinar o que não são capazes de
entender. Ou seja, é uma questão complexa que deve ser tratada com bastante
cautela.
Considera-se que uma das melhores maneiras de se avaliar um
aluno inicialmente, é propondo a ele uma situação – problema, no qual ele irá
vivenciar o momento e buscar uma forma de resolver dentro dos limites de seus
conhecimentos.
É fundamental que o educador tenha domínio da heterogeneidade
de conhecimentos existentes em sua turma, pois através desta referência, poderá
elaborar estratégias de ensino, bem como poder acompanhar a evolução coletiva e
individual de suas turmas.
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