O FUTURO DA ÁREA RURAL DE JOINVILLE

Há aproximadamente cinco mil anos atrás, o Homem começa a plantar e
colher seu próprio alimento. Este processo acaba por provocar uma verdadeira
revolução, que os historiadores chamaram de a “Revolução Agrícola”, ou seja, a primeira
revolução econômica da humanidade. Na verdade, este fato foi realmente
revolucionário, as pessoas deixaram de ser nômades e passaram a ser
sedentárias, criaram as cidades, desenvolveram a pecuária e iniciaram a prática
comercial.
A partir de então, as sociedades se fundamentaram na agricultura. Não
pertencer a este meio de produção não era uma boa coisa. As pessoas poderiam
até ser taxadas de vagabundas se não trabalhassem na agricultura, pois se
tratava realmente do cerne econômico.
Em meados do século XIX, uma nova atividade econômica começa a surgir na
chamada sociedade agrícola. É a indústria, que vem com muita pompa e graça, num
momento chamado de segunda revolução econômica, que os historiadores e
economistas convencionaram chamar de “Revolução Industrial”.
Com o advento da indústria, a agricultura perde parte de seu poderio e
passa a ser, na grande maioria dos países (principalmente os do Norte), uma
segunda força econômica. Com isso, observamos uma verdadeira revolução social,
onde milhares de pessoas deixam o campo para vir trabalhar na indústria, que
era no momento o que tinha de mais inovador no que diz respeito à ocupação
setorial.
Após as duas “Grandes Guerras”, o Mundo toma um novo rumo. As nações mais
fortes economicamente passam a dominar a economia das mais fracas e as disputas
pela supremacia econômica mundial, ficam cada vez mais acirradas. A cada dia
que passa um novo avanço da tecnologia, uma nova invenção toma conta desta
realidade. E, nossa agricultura continua presente, só que neste momento ela passa
a ser um fornecedor de matéria-prima para a indústria e, essa por sua vez,
passa a ser fornecedora de novos implementos para a agricultura.

Mas o que se produzia? Na maioria das propriedades, principalmente as
grandes, continua-se a produzir apenas matéria-prima para a indústria, como
café, milho, soja, algodão, ou seja, o que chamamos de monocultura intensiva
para exportação ou plantation. E a subsistência? Coube à pequena propriedade
rural esta tarefa, a de sustentar a população com a base alimentar – a cesta
básica.
Algumas cidades do Brasil tiveram um elevado índice de urbanização e
praticamente eliminaram a agricultura de sua economia, como é o caso de
Joinville. Restam, então, aos poucos heróis da agricultura uma adaptação à nova
realidade social desenvolvida. Para ser mais otimista, o que temos é a
agricultura do tipo mais prático que poderíamos desenvolver, trata-se da
agricultura de subsistência, onde as famílias trabalham unidas e produzem seu
próprio sustento, além de venderem o superávit.
Contudo, estamos observando que nos últimos anos essas famílias estão se
desfazendo. Não há mais aquela união na produção alimentar. O que será que
estaria acontecendo? É que nossos agricultores estão se tornando trabalhadores
suburbanos e não estão mais encontrando na agricultura motivação para viver,
pois a pequena produção que conseguem, em muitos casos, sequer supre suas
necessidades. Isto acaba proporcionando um total êxodo da população rural de
Joinville.
Este fato está gerando uma situação inusitada na realidade rural de
Joinville, está acontecendo um grande envelhecimento da população rural do
munícipio. Um índice muito alto de trabalhadores já chegou à terceira idade. E
o que fazer para reverter esta situação? Cabe ao poder público uma rápida
intervenção. Temos como exemplo, o ocorrido na “Estrada Bonita” na região do
Distrito de Pirabeiraba, onde as famílias sem muitas opções tiveram incentivo
da Fundação 25 de Julho e criaram uma espécie de indústria caseira para
beneficiar e vender seus produtos. Isso ainda criou um corredor de turismo
rural para a região. Isso chama-se agregar valor à produtos artesanais.

O que poderia ser feito a nível municipal, poderia ser uma espécie de
crédito rural, onde as pessoas pudessem, através de incentivo Governamental
produzir e vender os frutos de suas terras em um centro intermediário que
distribuiria para todo o comércio em geral a produção.
Desta forma poderíamos fixar o homem no campo e ainda consumir no próprio
município os frutos da terra. Acreditamos que a população de Joinville ainda
poderia obter ganhos indiretos, uma vez que os preços seriam menores, pois
eliminaríamos os atravessadores.
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