FRANCISCO, O PAPA ...



Depois de uma renuncia surpreendente do Papa Bento XVI, mas surpreendente ainda foi à escolha do novo líder da Igreja Católica Romana.


O conclave, que em português quer dizer “com chave” é uma reunião, como o próprio nome sugere, de portas fechadas. Ninguém sabe o que acontece lá dentro e nem o resultado parcial, somente o oficial. Logo, tudo o que falam sobre os votos são meros palpites.
Quando decreta-se a sede vacante que é a falta de um Papa, o Carmelengo (secretário Oficial) convoca uma nova reunião para eleger um novo Bispo de Roma, que na Monarquia do Vaticano, tem a incumbência de liderar todos os Príncipes – que são os demais Bispos – ou seja, todo o reinado, logo, toda a Igreja.
Em 2013, o Papa Bento XVI, após reunião com os líderes da Igreja, optou pela renúncia – o que é legal – abrindo assim a possibilidade de escolher um novo líder. Como seria o perfil deste líder? Claro, a imprensa queria um cara novo, que andava de jetsky, usando um topete no cabelo, sandálias coloridas, .... que fosse liberal defendendo o aborto e transformasse a Igreja num centro de negócios. O último líder assim, que apareceu, não me trás boas lembranças – quem não lembra de Collor de Melo? Alguém tem saudade?
O que a imprensa não entende é que a Igreja é uma instituição diferente e só ultrapassou estes dois mil anos por ser diferente. Quem quer Igreja moderninha que procure as instituições criadas na Califórnia – lá tem de tudo.
Como foi a escolha? A Igreja (os Cardeais) sabia que era necessário eleger alguém com perfil diferente, então quem? Entre as correntes atuantes na Igreja era necessário que o novo líder fosse ao encontro do povo, onde o povo está. Como a Teologia da Libertação (que seria a ideal) foi extinta, era necessário buscar uma corrente similar. Neste caso tem os Franciscanos e Dehonianos, os Franciscanos não tinham um líder em condições de assumir o trabalho de reunificar a Igreja, o mais destacado é o Cardeal Brasileiro Don Carlos Hummes (que não tem a influência suficiente para a eleição) e, os Dehonianos são muito próximos ao movimento carismático que é um movimento político imposto pelos americanos e isso traria descontentamentos das demais correntes, assim como dos fieis da Igreja. Sobrou então, a corrente dos Jesuítas, que são intelectuais e populares como a Teologia da Libertação, além de serem aceitos por todos, por sua história de humildade e sabedoria.
Então veio Francisco, este homem em menos de 24 horas:
- Recusou a Cruz de Ouro;
- Recusou o Carro de Luxo;
- Pagou, do próprio bolso, a conta do Hotel;
- Mandou seus Bispos irem à periferia e não ficarem dentro das Igrejas;
- Disse que a Igreja não é uma ONG piedosa e sim uma entidade de ação;
- Pediu aos fieis que rezem por ele, e;
- Dispensou a escolta armada que “protege” o Papa.
Este é Francisco, um homem do povo, que irá fazer a mudança na Igreja. Fazer com que a Igreja fale menos e faça mais, acabe com aquele papo dos carismáticos – você tem um problema? Vamos botar em oração. Oração significa a hora da ação e não repetição de frases. Logo, esperamos uma Igreja mais participativa das ações sociais e políticas e não que siga com um grupo fechado numa sala de reuniões.
Seja bem vindo Francisco e que Deus te ilumine e abençoe.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O CICLO BIOGEOQUÍMICO E A AÇÃO ANTRÓPICA

GEOGRAFIA DE SANTA CATARINA - O EXTRATIVISMO

O SOLO E A QUALIDADE AMBIENTAL