POR QUE QUEREMOS PARQUES URBANOS?
Apesar das cidades apresentarem limitações conceituais,
relativamente à obtenção de um verdadeiro desenvolvimento sustentável, as áreas
urbanas tornaram-se um dos temas de maior debate e participação.
As cidades são, por definição, sistemas
abertos, com uma dependência profunda e complexa de recursos externos. O
desrespeito à legislação urbanística e um acentuado processo de especulação
imobiliária têm provocado uma série de conseqüências ambientais nos sítios
urbanos.
A partir da década de 40, o Brasil
enfrentou um grande processo de urbanização, não acompanhado pelo crescimento
urbano e, assim, com enormes problemas de ordem ambiental. Nas cidades
brasileiras são inúmeros os exemplos de ocupação de áreas ambientais frágeis,
repetindo-se, tanto nas metrópoles como nas cidades médias e pequenas, que são
os conflitos entre vetores de ocupação e áreas a preservar.
Um dos principais problemas ambientais
urbanos é a falta de tratamento dos esgotos sanitários que são, em sua maioria,
lançados de forma in natura nos
corpos de água. Segundo a SEDU (Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano),
seriam necessários R$ 44 bilhões, até 2015, para que a população tenha acesso
aos serviços de saneamento básico. A indisponibilidade de abastecimento de água
e esgoto sanitário representa, também, um grave problema de saúde pública.
Outros problemas de poluição urbana
são: a poluição hídrica, a poluição atmosférica e os resíduos sólidos.
No Brasil, a valorização da Agenda 21 é também recorrente,
seja por parte das autoridades locais, que se lançam na tentativa de programar
seus princípios seja pelo governo federal que, muitas vezes, parece substituir,
oficialmente, sua competência precípua de formular a política urbana nacional
pela simples adoção de documentos aprovados internacionalmente, o que parece
ser mais cômodo.
Projetar o futuro, a partir de uma
análise generalista da situação urbano-ambiental, obriga a constituição de
perspectiva de difícil sustentabilidade, em longo prazo, para as cidades brasileiras.
Cidades de médio e grande porte vêm
adotando, cada vez mais, a privatização dos serviços como forma de
gerenciamento, o que significa, na realidade, uma terceirização dos serviços
até então executados pelo Poder Público. Embora a privatização ainda seja em um
pequeno número de cidades.
A urbanização passa a ser considerada
como um fato irreversível, mas administrável, e a cidade deixa de ser um espaço
ambientalmente insustentável para transformar-se em um espaço social e
ambiental com grande potencial de soluções criativas.
As valorizações das instâncias locais
devem ser creditadas há muitos dos esforços e experiências bem sucedidas em
cidades brasileiras e que servem de exemplo, num processo de constante
replicabilidade.
Grande relevância foi dada à
participação comunitária na gestão urbana, tendo, o Estatuto da Cidade
institucionalizado esta orientação ao estabelecer mecanismos de gestão
democrática da cidade.
O cenário que mais caracteriza as
cidades brasileiras referente ao meio ambiente e às questões sociais é, de um
lado, a crise generalizada e, de outro, a existência de esforços pontuais, mas
com excelentes resultados.
Primeiramente, vale citar a importância
de se dar continuidade ao processo de descentralização que está na origem de
algumas das experiências mais inovadoras em termos de gestão urbano-ambiental.
O poder local está sendo valorizado e buscando melhor capacitação técnica.
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