A GEOGRAFIA DE SANTA CATARINA - A AGRICULTURA






A agricultura


O Estado de Santa Catarina ocupa um lugar de destaque nacional na produção de milho, soja, fumo, mandioca, feijão, arroz, banana, batata inglesa, além de ser grande produtor de alho, cebola, tomate, trigo, maçã, uva, aveia e cevada.
A agricultura catarinense apresenta-se como um expoente para o Brasil, porque possui grande destaque não somente em produção, mas principalmente, em produtividade. Outra importante característica da produção agrícola é o tipo de mão-de-obra empregada – a familiar. Em Santa Catarina ainda é muito comum àquela famosa cena onde o pai, a mãe e todos os filhos trabalham juntos na roça. É claro que isso acontece, sobretudo, nas pequenas propriedades que é outra marca de nossa agricultura. Também tem-se a produção extensiva, assim como a presença de latifúndios, mas mesmo em alguns casos de grandes propriedades, a presença do colono está registrado e não do empresário rural como na maioria dos Estados brasileiros.
Em muitas pequenas propriedades rurais situadas nas proximidades das cidades industriais, surge uma nova realidade – o camponês-operário – um misto que é próprio de Santa Catarina. Como vive em uma pequena propriedade que não é economicamente viável, o pai de família trabalha na linha de produção das indústrias locais no sistema de turno. Logo trabalha meio período na roça e meio na fábrica e assim tem uma renda extra para sustentar sua família.
Neste caso a mãe assume o papel de chefe de família e lidera o serviço na roça. É ela quem determina o que se planta, quando se planta, os animais que serão criados e a forma de comercialização dos excedentes.
O arroz, produto originário da Ásia, é um dos carros chefes de nossa produção agrícola, tanto no extremo sul, quanto no nordeste, como também no vale do Itajaí, onde as terras são enormes canteiros de cultivo de arroz. Isso coloca os catarinenses entre os grandes produtores do país e, enquanto em todo o Brasil diminui-se a área plantada, em Santa Catarina amplia-se. Também nossa produtividade está em alta. Enquanto a média nacional é de 2800 Kg/ha, a média catarinense passa de 5100 Kg/ha, ficando assim com a segunda melhor produtividade, perdendo apenas para o Rio Grande do Sul que produz 5400 Kg/ha.
O cultivo de milho que durante anos vem sendo o principal cereal plantado em terras catarinenses, principalmente nas pequenas propriedades pela sua associação com a suinocultura. O agricultor - pecuarista planta o milho, trata o suíno, vende o animal e segundo o próprio produtor, o lucro é maior do que se ele comprasse a ração para os animais.
O milho está perdendo espaço para a soja, que já é o terceiro produto agrícola mais cultivado em Santa Catarina e que vem crescendo a cada ano no número de hectares cultivados.
A soja por ser matéria prima industrial, tem, além de um preço final superior à do milho, também tem uma maior aceitação no mercado. É muito mais fácil vender uma produção de soja do que de milho. Por isso cada vez mais os agricultores estão trocando de produto e cultivando soja.
São poucos os pequenos agricultores que não produzem feijão, pois na mesa de todas as famílias sempre há feijão e arroz, uma combinação perfeita para a alimentação brasileira. Mas o feijão continua perdendo espaço e é apenas o sexto produto agrícola catarinense, ocupando a terceira maior área de cultivo. O grande fato que está provocando esta queda relaciona-se diretamente com o preço do produto.
O cultivo de tabaco, sempre colocou Santa Catarina em destaque, o Estado está entre os grandes produtores de fumo do país. A área plantada nos últimos anos não sofreu grandes alterações, mesmo tendo diminuído a proporção de fumantes no mundo. Em Santa Catarina cultiva-se 110 mil hectares com tabaco e tem-se uma produção de mais de 200 mil toneladas do produto. A vantagem é que o produtor rural já tem sua safra pré-vendida, isso lhe dá uma garantia com um sistema de seguro que a empresa compradora fornece. Contudo, as doenças das famílias de fumicultores são realmente assustadoras, desde câncer, intoxicação e até abortos são provocados pela forma de cultivo, onde são utilizados de forma imprópria e direta vários agentes tóxicos.
O cereal de maior valor comercial do Mundo é o trigo, desde a antigüidade nas margens do rio Nilo, o cultivo de trigo se espalhou para o mundo inteiro e o pão virou alimento universal. Em Santa Catarina, o clima favorece o cultivo deste cereal tão nobre. São 45 mil hectares de área com produção de mais de 70 mil toneladas de trigo, só em solo catarinense, o que daria para fazer mais de 7 bilhões de pãezinhos franceses, haja boca para comer tudo isso. O preço de venda vem atraindo novos produtores, mas as condições tecnológicas inibem muitos agricultores.
Em geral, quem trabalha na terra em Santa Catarina é dono do próprio negócio. Dos 5,9 milhões de hectares ocupados por estabelecimentos agropecuários no Estado, 91% são propriedade de quem os explora – desses, 85% têm título de posse e apenas 6% não têm.
Santa Catarina na produção agrícola nacional – safra 2010
Produto
Área Cult. (ha)
Produção (t)
% SC/BR
Posição (BR)
Alho
1.800
16.500
16,7
4
Arroz
155.000
1.040.000
9,4
2
Banana
31.100
660.000
9,3
3
Batata Inglesa
7.400
105.000
2,9
7
Cebola
21.000
440.000
31,7
1
Feijão
131.000
215.000
6,8
6
Fumo
121.000
250.000
27,5
2
Maça
20.000
600.000
53,7
1
Mandioca
32.500
640.000
2,4
10
Milho
700.000
3.795.000
7,3
7
Soja
390.000
1.112.000
1,95
10
Tomate
2.300
138.000
4,1
8
Trigo
82.000
205.000
4,95
3
Fontes: IBGE. Secretaria de Estado do Planejamento.

Santa Catarina é:
Maior produtor brasileiro de suínos, maçã, cebola, ostras e mexilhões.
Segundo maior produtor de arroz, fumo, frango e mel.
Segundo maior exportador de frango e suínos.
Terceiro maior produtor de banana e trigo.
Quarto maior produtor de alho.
Sexto maior produtor de feijão e uva.
Sétimo maior produtor de batata e milho.
Fonte: Instituto Icepa/SC/2010.

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