BRASIL, PLENO EMPREGO


 Na atualidade, pelo menos na cidade de Joinville, vê-se uma situação de pleno emprego, todos os dias passa pelo bairro que moro carros de som ou pessoas entregando panfletos oferecendo empregos dos mais diversos ramos e níveis de complexidade. Mas, também, se vê pessoas procurando e dizendo que não encontram. O que está acontecendo?

Antes de se analisar a fundo a questão dos empregos, é preciso ter uma base de como os avanços tecnológicos influenciaram até hoje na vida do ser humano. A história dos meios de produção pode ser dividida em três períodos (Primeira, Segunda e Terceira Revolução Industrial).
Talvez seja exagero chamar de Revolução Industrial, o que ocorreu na chamada terceira revolução, pois atualmente essas grandes mudanças englobam muito mais o setor de serviços do que a indústria. No caso da primeira e segunda o termo se aplica bem, pois tratavam de épocas em que a sociedade e o progresso da humanidade giravam em torno de fábricas ou indústrias e essas sofreram melhorias.
Na Primeira Revolução Industrial, a energia movida a vapor foi usada para a extração de minério, na indústria têxtil e na fabricação de uma grande variedade de bens que anteriormente eram feitos à mão. O navio a vapor substituiu a escuna e a locomotiva a vapor substituiu os vagões puxados a cavalo, melhorando significativamente o processo de transporte de matéria-prima de produtos acabados. Substituindo assim, muito do trabalho físico – foi o período do carvão.
A Segunda Revolução Industrial ocorreu entre 1860 e a I Guerra Mundial, quando o petróleo começou a competir com o carvão e a eletricidade foi efetivamente utilizada pela primeira vez, criando uma nova fonte de energia para operar motores, iluminar cidades e proporcionar comunicação instantânea entre as pessoas. Como ocorreu na revolução do vapor, o petróleo a eletricidade e as invenções que os acompanharam na Segunda Revolução Industrial continuaram a transferir a carga da atividade econômica do homem para a máquina – este foi o período do petróleo.
A Terceira Revolução Industrial surgiu imediatamente após a II Guerra Mundial e somente agora está começando a ter um impacto significativo no modo como a sociedade organiza sua atividade econômica. Robôs com controle numérico, computadores e softwares avançados estão invadindo a última esfera humana – os domínios da mente. Adequadamente programadas, estas novas "máquinas inteligentes" são capazes de realizar funções conceituais, gerenciais e administrativas e de coordenar o fluxo da produção, desde a extração da matéria-prima ao marketing e à distribuição do produto final e de serviços e a era da informação e da eletricidade.
Essas mudanças ocorridas na matriz energética fizeram com que ocorressem também mudanças no comportamento humano e assim, a cada era surgem novas demandas pro novos conhecimentos e outro comportamento do trabalhador-profissional deste momento.
Nos dias atuais, mais do que nunca o mercado de trabalho tem mudado. As áreas de tecnologia da informação e Ambiental são as que apresentam o maior crescimento. Mas, sob a formalidade, os tipos de emprego mudam em quantidade, qualidade e na natureza do trabalho executado. A velocidade com que a tecnologia vem afetando toda a estrutura de carreira é algo nunca visto antes em nenhuma parte de mundo.
A reestruturação administrativa das empresas e organizações, possibilitadas pela informatização e estimulada pela concorrência global estão introduzindo uma transformação fundamental à individualização do trabalho, gerando uma nova classe de trabalhador, onde os profissionais têm prazos pré-determinados, em um acordo vinculado a projetos e resultados, com início meio e fim. As empresas são responsáveis por sua carreira, sua formação e atualização de conhecimentos, exigem que a cada ano o profissional reaprenda sobre as novas tecnologias e ferramentas de mercado, para não ficarem obsoletos.
O ritmo das mudanças requer que o profissional adote uma postura pró ativa em relação à educação e desenvolvimento (carreira) claramente articulado, destacando a combinação de atividades formais e informais que ele terá que completar por meio de um programa de auto-gestão.
Essa nova vida profissional não deixa de apresentar inconvenientes, sendo o maior deles a ansiedade pela procura do próximo emprego ou para manter pelo maior tempo possível o atual. A sensação de estar sozinho e vulnerável é compensada pela liberdade de ser chefe de si mesmo, podendo assim fazer seus horários e escolher seus trabalhos. A possibilidade realista de progresso na carreira está se tornando mais forte e dependente de movimentos laterais, isto é, a atuação em múltiplos projetos, diferentemente do que se pratica na maioria das vezes com o tradicional movimento da hierarquia vertical – o antigo crescimento linear dentro de uma só organização. Hoje, nas organizações não se fala mais em plano de carreira, mas sim em plano de oportunidades, e que são vinculados a contratos específicos.
Portanto, na realidade, cada profissional é responsável por si mesmo, pela sua carreira, pelo seu desenvolvimento, pelas suas necessidades e garantias de futuro, não pode ficar esperando que as oportunidades caiam do céu ou que a empresa te escale para um novo treinamento. O profissional de hoje se depara com a dualidade da análise profissional x oportunidade de mercado. As áreas de Gestão de Pessoas estão estruturadas para atender as organizações e funcionam como um instrumento da empresa para cumprir suas metas.
Nota-se então, a grande necessidade do profissional por um trabalho de orientação, acompanhamento e informação para longo prazo. E pensando nessa nova forma de atuação que estão surgindo empresas especializadas em estruturas de carreiras e que, através de ferramentas de autoconhecimento e de identificação de oportunidades de mercado, essas vêm dando suporte a vários profissionais para o seu enquadramento técnico e suas possibilidades de recolocação no presente e no futuro.

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