MULTINACIONAIS E SUAS AÇÕES
As
multinacionais procuram “expandir” suas fronteiras incorporando ao seu discurso
elementos do universo simbólico onde vivem e tornando-os parte da retórica
organizacional. Ao mesmo tempo, procuram incorporar ao ambiente simbólico das
sociedades onde atuam suas próprias definições da realidade, nas quais
aproveitam os elementos linguísticos, lógica de imagem e crenças ideológicas de
seu país de origem. Por meio da expansão simbólica das fronteiras, as empresas
multinacionais compõem suas legitimações tanto para o ambiente enquanto mercado,
influenciando na retórica do sistema social local.
Os ramos
de atividades das multinacionais são retoricamente legitimados em nome dos signos:
“tecnologia”, “pesquisa cientifica”, “conforto material”, “progresso” e “alto
desempenho”, levam sua “marca” e ideologia para o mundo inteiro. Um segundo tipo
de legitimação prende-se à identidade social da organização enquanto subsistema
da sociedade e, ainda, se prende à necessidade de justificar a “vocação” da
empresa multinacional – fazer negócios e obter lucro. Os “negociantes e
fabricantes” precisam justificar as suas estratégias globais de mercado,
movimento internacional de capital, pessoal e tecnologia, pois assim asseguram
o “poder”. É este poder, encarnado pelas multinacionais, que tem sido
questionado e temido em termos políticos, sociais e morais.

A
legalidade, a legitimação e a eficácia são os pilares do poder institucional,
seja governo, seja empresa. Quando um destes pelares enfraquece, os outros dois
ficam ameaçados. Para que estes pilares se mantenham sólidos, as multinacionais
precisam conduzir-se dentro das leis e regulamentos da comunidade ou país onde
vivem, para prover um produto ou serviço e, ao mesmo tempo, empenhar-se na importação/exportação
de signos que legitimem seu poder. Mas o direito a que as multinacionais se dão
de exercer poder em escala global, só pode ser legitimado pela afirmação de
objetivos intangíveis cujo cumprimento não possa ser evidenciado, nem a curto
nem em médio prazo.

Logo, não
são as multinacionais que assumem o poder são sociedades frágeis de cultura,
ideologias e tradições que com seus governos inoperantes permitem a entrada e a
ação dessas empresas que só querem fazer negócios. Então, quando você for
comprar um produto de fabricação multinacional lembre que além do produto você
está comprando uma ideologia e uma ação de marketing.
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