DE ONDE VÊM A ÁGUA QUE CONSUMIMOS


Em geral, todas as estações de tratamento de água funcionam de forma padrão. Usam filtros e vários produtos químicos para limpar a água que chega pelas torneiras de nossas casas.

Todo este cuidado não é para menos. A água captada de um rio ou represa vem com folhas, peixes, lodo e muitas bactérias. Para chegar às casas limpa e sem cheiro, ela passa cerca de três horas dentro de uma estação de tratamento (ETA).

Durante essa estada na ETA, a água passa por uma série de fases: a decantação da sujeira; a filtragem; a adição de cloro e flúor, entre outras etapas. Segundo dados do IBGE, essa superoperação de limpeza atende a maior parte da população do país: 80% dos brasileiros têm acesso à água tratada, no município de Joinville, a CAJ – Companhia Águas de Joinville oferece água tratada para 99% da população.

Tão complicado quanto o tratamento é a captação e adução de água para abastecer uma grande cidade. No estado de São Paulo, por exemplo, a rede de reservatórios conectados que abastece a capital paulista é tão grande que a água que sai das represas mais distantes pode levar até 30 dias para chegar até uma ETA da capital.

O processo de captação e tratamento de água para abastecer uma população, segue o seguinte roteiro:

1. A captação de água é feita de um corpo d´água que pode ser um rio, represa ou lago. Geralmente capta-se água numa área à montante da cidade, assim, ela desce com grande pressão até a ETA, fazendo uso da força da gravidade, diminuindo os custos com transporte.

2. Ao chegar na ETA, a água vai direto para um tanque enorme, que é a bacia de tranqüilização, onde diminui de velocidade. A seguir, passa por grades (filtros primários) que retêm a sujeira maior, como folhas, galhos, troncos e até peixes.

3. Na tal bacia, dosadores despejam cloro na água para deixar os metais menos solúveis e para destruir microrganismos. De lá, a água vai para o canal de coagulação, onde outros dosadores liberam sulfato de alumínio para desestabilizar as partículas de sujeira.

4. A etapa seguinte é a floculação. Em tanques menores, válvulas provocam uma suave turbulência na água. Com o agito, as partículas de sujeira desestabilizadas colidem umas com as outras e vão se unindo, formando flocos maiores.

5. A água segue da floculação para uma espécie de grande piscina, o decantador, onde fica retida por cerca de 90 minutos. Esse é o tempo necessário para a decantação, ou seja, para os pesados flocos de sujeira descer até o fundo da "piscina", formando um tipo de lodo.

6. Em cada decantador há duas grandes pás. Com movimentos lentos, elas arrastam a sujeira afundada para o centro do decantador, onde há uma saída para um poço. A cada duas horas, o lodo acumulado no poço é bombeado para um canal de esgoto.

7. A água da superfície do decantador é recolhida por canaletas e levada a dezenas de filtros verticais: a água entra por cima deles e sai por baixo. Cada filtro tem camadas de carvão, areia, seixos e cascalho que retêm o que resta de sujeira na água.

8. A água filtrada vai para um canal onde recebe mais cloro, cal e flúor. O cloro garante que a água chegue desinfetada até a casa mais distante da ETA. A cal eleva o pH, o que impede a corrosão dos canos da rede de abastecimento. Já o flúor previne as cáries na população

9. Terminado o tratamento, a água vai para um reservatório de onde saem adutoras, que distribuem a água para a cidade. Todo esse processo é monitorado 24 horas por dia por funcionários da ETA.

A água que sai das ETAs é totalmente potável. Portanto, teoricamente, quem mora em cidades abastecidas com água tratada poderia matar a sede direto da torneira.

O problema é que na maioria das casas e prédios a água da rua fica em caixas d’água que, se não forem mantidas limpas, podem contaminá-la. Em geral, a contaminação é feita por poeira e pequenos animais, ratos, lagartixas, moscas, aranhas, etc. A recomendação é manter a caixa-d’água bem fechada e limpá-la a cada seis meses.

No município de Joiniville, os primeiros registros de um sistema de abastecimento público de água datam do ano de 1910, quando a captação era feita no Rio do Engenho, um pequeno curso d’água, afluente do Rio Cachoeira, situado no Morro Boa Vista, nas proximidades do atual Parque Zoobotânico.

Por volta de 1916, entrou em operação a captação no Rio Mutucas, afluente do Rio Piraí, localizado nas encostas da Serra do Mar, ampliando assim o sistema de abastecimento da época.

Nas décadas seguintes, o crescimento demográfico de Joinville teve significativo crescimento e a demanda por água aumentou, levando a necessidade de novas fontes para suprimento das necessidades locais. Em 1955, entrou em operação uma nova captação, sendo esta junto ao Rio Piraí. Esta unidade contava ainda com um sistema de tratamento formado por um sistema de pré-filtragem, cloração e fluoretação.

Em meados da década de 70, o sistema de abastecimento de água de Joinville possuía uma capacidade de tratamento da ordem de 268 l/s, sendo 248 l/s provenientes do sistema Piraí e 20 l/s do sistema Mutucas (que somente envolvia a desinfecção da água captada).
Esta quantidade de água disponibilizada atendia a um contingente populacional da ordem de 83.000 habitantes, aproximadamente 75% da população urbana do município na época. Ao final da década de 70, o sistema ganhou novo reforço, com a implantação da Estação de Tratamento de Água do Cubatão - ETA Cubatão com capacidade inicial de tratamento de 400 l/s.

Atualmente, o sistema de abastecimento de água de Joinville é atendido pelas unidades de tratamento do Piraí e do Cubatão, com capacidade nominal de tratamento de 550 l/s e 1.500 l/s, respectivamente, totalizando 2.050 l/s.

A ETA Piraí é constituída de unidades de mistura rápida, floculação hidráulica, decantação convencional, filtração rápida de fluxo descendente, desinfecção com cloro gasoso e fluoretação. O sistema é responsável por aproximadamente 30% do abastecimento de Joinville. A adução de água tratada é realizada por intermédio de duas linhas adutoras, uma em aço, diâmetro nominal de 450 mm e extensão aproximada de 16.000 metros, e outra em ferro fundido, diâmetro nominal de 350 mm e extensão aproximada de 18.000 metros.

O tratamento realizado na ETA Cubatão é constituído de unidade de mistura rápida, floculação hidráulica, decantação de alta taxa, filtração por fluxo ascendente, também denominado de "Filtro Russo", desinfecção com cloro gasoso e fluoretação. Esta unidade é responsável por 70% do abastecimento de água de Joinville. A adução da água tratada até o sistema de distribuição é realizada por duas linhas adutoras, uma de ferro fundido dúctil, com diâmetro nominal de 700 mm, e a segunda em aço, com diâmetro nominal de 900 mm, ambas com aproximadamente 9.600 metros de extensão.


O sistema de distribuição de água é formado por sub-adutoras, reservatórios e redes de distribuição. Ao todo, são 11 centros de reservação dispostos na área urbana de Joinville, com capacidade de reservação da ordem de 37 milhões de litros. A rede de água é formada por uma malha de distribuição com extensão aproximada de 1.850 km. Atualmente em Joinville em temos, 134.924 ligações de água, com 189.348 economias. 41 estações de elevação instaladas e alguns casos em estudo para instalação.

Então, observa-se que a água é um elemento super-importante para toda a sociedade. Logo, temos que cuidar deste elemento e, assim, usá-la com responsabilidade.

Se quiser saber mais, assista o vídeo "a água do mundo vai acabar?" disponível no atalho abaixo.
veja o VÍDEO aqui.

Referências:

- AMAE: www.amae.sc.gov.br; acessado em 10/12/12;

- Cia Águas de Joinville: www.aguasdejoinville.com.br; acessado em 10/12/12;

- IBGE: www.ibge.gov.br; acessado em 05/12/12;

- SABESP: www.sabesp.com.br: acessado em 10/12/12;

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