A GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
Há algumas décadas as pessoas perceberam que a preservação do planeta
Terra significa também a preservação da própria vida. Inicialmente, a
preocupação era pela extinção dos animais, mais tarde a questão da derrubada
das florestas, a poluição do ar. Em seguida, a poluição industrial e agrícola e
também a preocupação com a poluição gerada nos países em desenvolvimento, pela
falta de infraestrutura urbana. Finalmente foram identificadas as grandes
consequências da poluição mundial e seus riscos, como o efeito estufa e a
camada de ozônio.
Se inicialmente tínhamos alguns idealistas alertando para problemas que
pareciam surreais, mais tarde passou-se a contar com organizações especialistas
na questão ambiental, organizações internacionais e alguns poucos governos
comprometidos com a preservação do Planeta. Hoje, milhões de pessoas em todo o
mundo lutam por esta nobre causa, tentando mostrar os perigos iminentes de uma
postura agressiva ao meio em que vivemos, e os riscos concretos que corremos.
Esta consciência coletiva vem crescendo dia-a-dia, transformando
culturas, quebrando velhos paradigmas e obrigando todos a darem sua colaboração
por uma justa causa, a saúde do nosso Planeta. Um dos últimos grupos a integrar
esta luta, e talvez o que traga resultados mais diretos em menos tempo, é o setor
empresarial. Movidos pela exigência de seus consumidores, inicialmente
europeus, as empresas começaram a perceber que seus clientes estavam dispostos
a pagar mais por produtos ambientalmente corretos, e mais, deixar de comprar
aqueles que contribuíam para a degradação do Planeta. Além disto, esta pressão
popular atingiu também os governos, os quais passaram a estabelecer legislações
ambientais cada vez mais rígidas, fazendo com que as empresas tivessem que
adequar seus processos industriais, utilizando-se de tecnologias mais limpas.
Esta mudança na percepção da questão ambiental obrigou o setor
industrial, a desenvolver e implantar sistemas de gestão de seus processos de
maneira que atendessem a demanda vinda de seus clientes e cumprissem com a
legislação ambiental vigente. A estes sistemas denominaram Sistema de Gestão
Ambiental (SGA). Com estes sistemas, os empresários começaram a verificar que
uma postura ambientalmente correta na gestão dos seus processos refletia
diretamente em produtividade, qualidade e conseqüentemente melhores resultados
econômico-financeiros. Além disto, como uma forma de verificar e divulgar quais
as empresas que realmente apresentam uma postura ambientalmente correta,
estabeleceu-se sistemas de avaliação de desempenho ambiental, com normas e
critérios padronizados para o mundo todo. O conjunto de normas mais conhecido é
o da série ISO 14000.
A implantação de um sistema de gestão ambiental, por uma empresa,
pressupõe e exige um forte comprometimento de sua direção e colaboradores com o
meio ambiente. Não basta apenas anunciar que seus processos não causam danos
ambientais, é preciso provar.
A implantação de um SGA e a obtenção de um certificado ISO 14001 jamais
pode ser simplesmente uma jogada de marketing ou o cumprimento de uma cláusula
comercial, pois mais cedo ou mais tarde, esta verdade será mostrada, com
prejuízos ainda maiores para a empresa. Esta decisão deve ser baseada em uma
análise criteriosa dos benefícios a serem obtidos e dos recursos a serem
utilizados. É fundamental lembrar que uma vez obtida a certificação, este
compromisso passa a ser permanente, exigindo uma mudança definitiva da antiga
cultura e das velhas práticas.
Contudo, o gerenciamento de um processo, por meio das ferramentas de um
Sistema de Gerenciamento Ambiental (SGA) possibilita inúmeros ganhos de
produtividade e qualidade, além da satisfação das pessoas envolvidas
diretamente naquele processo, pois estes aprendem que sempre é possível fazer
melhor e percebem a evolução da qualidade de seus serviços. O mais importante
neste processo: o cliente passa a confiar muito mais na empresa e em seus
produtos. Atuar de maneira ambientalmente responsável é ainda hoje um
diferencial entre as empresas, destacando-as neste competitivo mercado.
Porém, em breve, este diferencial se transformará em um pré-requisito e
quanto antes às empresas perceberem esta nova realidade maior será a chance de
se manterem no mercado.
Bibliografia
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